Obviamente pedi ao motorista para ir o mais rápido possível,
o que ele fez. Chegamos à escola. Claro que paguei o táxi, não a deixaria dar
um centavo pela sua jornada.
"Gostaria de entrar também, senhor?", ela me
convidou. Não sei o porquê, mas fui. Chegamos lá, o auditório estava fechado. O
segurança nos disse que ninguém mais poderia entrar, para não atrapalhar o
espetáculo. A mulher insistiu, mas ele não cedeu. Vi que não iríamos a lugar
algum desse jeito, e decidi sair. Contornei o corredor e vi uma porta para o
camarim. E o melhor... não estava trancada.
Voltei, a Sra. Lubzer se desfazia e nada. Parecia derrotada
quando desistiu. Agarrei-a pelo braço e disse: "Então vamos".
"Não acredito! Ele vai ficar tão triste!"
"Pelo quê? Venha"
Mostrei a porta para ela e entramos no camarim. Estava tudo
tão agitado que ninguém notou nossa presença. Ninguém... a não ser um menino
baixo, de uns 8 anos, cabelos negros e olhos que nos fitavam. Um sorriso imenso
no rosto.
"Você veio mãe!!!", seu sorriso era enorme.
"Claro meu filho", e ela chorava, com imenso
sorriso também, "Agora se prepara que eu vou para a platéia te ver!"
"Tá!"
Saímos pela lateral e achamos dois lugares. Sentamos.
A peça começou e, a cada cena, ela levava as mãos no rosto,
os olhos cheios de felicidade e o sorriso, não dava para explicar o sorriso. E
dizia coisas como: "ele não está lindo?", "adorei ele falando
isso", "está atuando tão bem".
Aquele emoção me comoveu. Justo eu, que me poupo das emoções
desse mundo imundo, fui fisgado pela simples emoção daquela mulher. Mas não era
uma emoção qualquer, agora sei muito bem o porquê de ela me intrigar. É emoção
de mãe, e não há maior emoção que essa. Não há como explicar a felicidade dela
ao ver seu filho no palco, logo ela que lutou tanto por ele, Deus sabe o que
passou para isso. E todo retorno está ali, em ver seu filho atuando, fazendo
ela transbordar de felicidade.
Isso é amor de mãe, e simplesmente não há igual.
Quando me vi, estava sorrindo também. Não aguentei... me vi
chorando, e lembrando de tudo que a minha havia feito por mim. Apesar de já não
estar mais comigo, senti uma enorme felicidade em ver aquela mulher. Olhei para
o rosto dela e pensei:
“Feliz dia das mães, mamãe!”