Os olhos
fechados,
ele
ouvia,
quase
enlouquecendo,
os
barulhos ao seu redor.
A mãe
lavava vasilha
O pai
martelava
A água
caía na pia
e
espirrava na parede empoeirada
E ele
ouvia, cada barulho
ele
sentia, cada vibração
Cada onda
sonora o incomodava
e o
levava longe de sua imaginação
A folha
caía da árvore
e causava
um terremoto
O
cachorro latia
e deixava
destroços
E o lápis
quebrou a ponta
Acabou
rasgando o papel
Não
aguentava tanto barulho
Sua mente
era sensível a tudo
Queria
escrever, queria se expressar
Mas nesse
mundo barulhento
O
perfeito caos sonoro
Só
fazia o torturar