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8.09.2010

Voando... - Parte II




O som estava alto. Eu olhava para os lados, mas não vinha nenhuma idéia. Até que eu vi um carro atrás da casa. Corremos em direção a ele. Pude notar o movimento do carro: sobe e desce. Ele já estava ocupado. Continuamos correndo, sendo ele minha única esperança. Por sorte, a porta estava aberta. Nós entramos nos bancos dianteiros, enquanto um casal transava nos de trás. Eles não se assustaram quando entramos, pelo contrário, olharam para nós e começaram a rir. “Mais dois para brincar”, disse o garoto. Não dei muita importância e pedi para que a moça coloca-se a roupa.
Percebi que a mulher atrás passava a mão nos seios da moça. Me virei para parar com a brincadeira, e senti algo em meu pescoço. Na verdade, ele havia passado a língua em mim, enquanto a outra tentava agarrar a moça. Deixei de lado, lembrei que estávamos sendo perseguidos. Liguei o carro. Olho para fora e vejo um dos garotos correndo em nossa direção. Arranquei o carro e saí na maior velocidade, enquanto recebia mordidas em minha orelha.
Dirijo à saída. Perto de chegar a estrada, parei o carro bruscamente. Olhei para frente, não havia como sair. Eles criaram uma barreira. Sim, eles se fizeram de barreira e a saída estava fechada. Não podia simplesmente atropelá-los. Fiquei parado, ali, com as mãos no volante, enquanto os dois de trás gemiam. Olhei para os lados, dois garotos vinham pela esquerda e mais dois pela direita. Perdi as forças, seríamos pegos. Olhei para a moça, estava encolhida no banco. Vi seu rosto. Me doeu ver aquele rosto assustado, desesperada, aqueles olhos pareciam ter perdido a esperança. Aqueles olhos...
Agarrei forte o volante com as mãos. Pisei fundo no acelerador. O carro estava indo rápido em direção à barreira humana. Não se mexeram. Um pouco mais perto. Nenhum movimento. Eles não iriam sair. Pensei em parar o carro de novo, mas lembrei daqueles olhos. Pisei mais fundo.
Por incrível que pareça, os garotos pularam para o lado, e conseguiram se salvar. Estávamos na estrada, agora. Estava dirigindo para bem longe dali, entrava em qualquer rua, seguia qualquer direção que nos levasse longe dali. Olho para a moça, agora vestida. Sua expressão de horror havia desaparecido e, assim como eu, mantinha o alívio na face. E os dois atrás... Bem, continuavam o que estavam fazendo. Não perceberam nada e, de vez em quando, tentavam juntar-nos a eles naquela viajem de prazer.
O nosso destino agora me preocupava. Não podia chegar em casa com ela, naquele estado e um casal trepando no carro. Eu não entraria na porta de casa. Se fossemos para a casa dela, seria difícil explicar aos seus pais o que aconteceu. Passávamos pelos postes de luz, sem idéia do que fazer. Então eu vi: um motel. Seria bom passar a noite fora de casa, depois daquilo. Parei o carro no estacionamento.
Eu e ela entramos, deixando os dois amantes no carro. Pedi que descansasse um pouco. Fui tomar banho. Deixei a porta aberta, para que, se acontecesse algo, pudesse eu ouvir. A água quente caía em meu corpo, massageando-o. Abaixei a cabeça e deixei a água cair, enquanto pensava no que faria no dia seguinte. De repente, sinto minhas costas serem tocadas. Fui abraçado. Senti seus seios, seu quadril. Viro-me, olho para ela e retribuo o abraço. Ela me beija. Um beijo forte, de tirar o fôlego. Talvez tenha sido isso o que aconteceu, o fôlego, pois de repente ela perdeu a consciência. Havia desmaiado. Troquei sua roupa e a coloquei na cama. Vesti-me e deitei também. Deitei de lado, mas não consegui dormir. O que seria o amanhã me preocupava. Até que senti seus braços me envolvendo novamente. “Não estava desmaiada?”, pensei. Mas não fiz nada. Estava gostando de estar com ela. Até que... adormeci.

16 comentários:

  1. Bem intenso e com um ótimo ritmo de leitura..
    Faz imaginar a situação e as suas nuances!
    ;D

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  2. Fui ler a parte e um e baseado no post anterior a esses dois não esperava uma história dessas, se for verdade eu considero um caso triste .....

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  3. Passa no meu blog...tem selinho prá vc. Bjo.

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  4. Nossa muito louco essa sua história.

    Mas bem interessante.
    Perseguição sexo no banco do carro e sentimentos se misturam

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  5. O interessante no teu blog,é que vc consegue prender o leitor,e fazer com que passe um filme em nossas cabeças.
    Cada vez que venho aqui gosto mais e mais.
    Beijos!

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  6. A história é perfeita!
    Passa lá no blog, tem um selo pra ti lá.

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  7. Muito bom cara! Podia até desenvolver mais e criar uma boa história!!

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  8. Mano, Vc escreve bem pra caramba!

    Congrats!

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  9. Preciso ler a primeira parte para entender essa. Volto em breve.

    abç
    Pobre Esponja

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  10. Ok, fui ler a primeira parte antes de ler a parte dois, devo dizer primeiro que poderiam ser dois textos independentes que fariam muito sentido ainda assim, a narrativa é ótima, parece um triller de cinema, rapido, viceral, cheio de suspense e de nuances em cada momento, gostei do fato de vc descerever o necessário coisas muito descritivas acaba entediando, o final dessa parte surpreendente, gostei muito mesmo, e passo outras vezes por aqui! sucesso

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  11. Nossa, pelo visto essa história é bem doida!

    Só acho que tem muitos pontos no seu texto e eu fiquei com um pouquinho de agonia =X Tendo a pecar no oposto, acho hehehe

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  12. "Mais dois pra bricar" haha.
    Belo Blog!!

    Visite: http://paralelocruzado.wordpress.com/

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  13. Eu li as duas partes, são um pouco longos, mas é tão rápido para ler, tem ritmo ágil e envovelmente, está realmente de parabéns!

    Lerei outros sem dúvida!

    Visite o meu: http://pontapedepartida.blogspot.com/

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  14. Já comentei neste post...
    Vou comentar rm outro post!
    ;D

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  15. parabens otimo texto adorei que o senhor te abençoe

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