Enfermeira, acima de tudo. Não se importava muito em ser mulher, em ser vizinha, em ser amante, o que importava era ajudar as pessoas, e fazia isso no Hospital de Silverland. Muito famosa pelo seu trabalho, Emilia Scroldger acompanhava os pacientes até a morte, parecia que sentia a dor deles. Sua profissão era sua vida.
Nunca tirava folga, mas nesse dia, seu chefe a obrigou a descansar. Esse dia era um dia atípico. Como não tinha ninguém, resolveu passear. Chegando ao centro de Silverland, decidiu passar no Museu de História, onde normalmente passeava na época do colégio. Pela entrada principal, viu no hall, vários objetos expostos, tais como documentos que datavam antes da independência da cidade. Olhava-os com carinho, relembrando sua adolescência.
Emilia passeava pelas salas do museu, entrara na sala com "Objetos deixados pela monarquia no dia de nossa independência". Havia mesas, cadeiras e talheres reais, camas, até uma máquina de escrever que pertencera ao príncipe (infelizmente, esse morreu por infarto antes do dia mencionado). Havia quadros e mais quadros, muitos deles pintados pelos próprios monarcas. Ela seguia a fileira de quadros na parede, analisando um por um. Havia duas pinturas que chamaram sua atenção, intituladas de "A mão do diabo". Em uma, estava desenhada linhas saindo do chão de uma sala e, no final delas, havia uma mão. Na outra, o reflexo da mesma pintura. Observando as duas pinturas simultaneamente, observou que as mãos apontavam para algo entre os dois quadros. Olhou melhor, havia um corredor estreito entre as duas pinturas. Emilia olhou para os lados, ninguém a olhava, e decidiu entrar no corredor.
Caminhava apertada pelas paredes. Não havia mais quadros, o corredor era curvo e já não via a entrada mais. Continuou andando, até ver uma porta. Nela, estava escrito: "O mais valioso bem deixado pelos monarcas: o próprio diabo." Movida pela curiosidade, entrou.
A sala era mal iluminada. Andava tateando as paredes, até que algumas velas foram acesas, sozinhas. Emilia visualizou os castiçais de um metro, e entrou nesse 'corredor'. Ao fim, viu um piano. Começou a rir. "O próprio diabo?", pensou. Olhou bem o piano, lembrou-se de uma música que aprendera na adolescência, "A sinfonia do inferno".
Sentou-se no banco vermelho camurça, pousou suas mãos sobre as teclas e começou sua sombria melodia. Ficou tocando por um tempo. De repente, as demais velas acenderam, o fogo era intenso e alto. Emilia tentou se virar mas não conseguia tirar as mãos do piano. Lentamente, a tampa do piano foi tomando a posição vertical, e a moldura foi exposta. Nela, havia um homem de meia idade em uma cama, em um hospital. Seu estado parecia grave. Na sala, entrou uma enfermeira, segurando uma bandeja com uma seringa e um remédio. Ela, olhando aquele homem, tirou do bolso do jaleco um frasco pequeno, de cor âmbar. Encheu a seringa com seu conteúdo e injetou no soro do paciente. Passou-se alguns segundos, e o homem abriu os olhos. Sua expressão era de dor, agora, seu corpo se contorcia, e falava "meu corpo está queimando, queimando". Poucos minutos de agonia extrema, o homem fecha os olhos, sem nenhuma reação. Sua respiração parou, seu coração parou de bater. A enfermeira sorri maldosamente, esvasia o frasco contendo o remédio e, muda sua expressão: desesperada, vai chamar o doutor.
A cena muda: no mesmo hospital, em uma sala cheia de crianças, cada uma em uma cama, as enfermeiras davam os remédios para cada uma. Ela, responsável pela criança no fundo da sala, chegou quando todas as outras haviam deixado a sala. A criança era linda, seu rosto angelical, não devia ter mais do que 4 anos. Ela tirou do bolso do jaleco uma seringa, e injetou no braço da criança todo o remédio. O que aconteceu não é necessário explicar. A enfermeira sorri maleficamente, muda sua expressão para desespero e chama o médico.
Emilia tocava a melodia, sua respiração estava ofegante. Gritava: "quem está fazendo isso? Como conseguiu essas imagens? Não brinque comigo... eu te mato infeliz." A moldura desaparecera da tampa do piano. Ela começou a rir :"alguém está brincando comigo.. e eu não vou cair nessa". Continuou tocando. As cordas do piano, lentamente sairam, sem ela perceber. Deslizavam pelo chão, envolvendo as pernas dela. Então... as cordas perfuraram suas pernas, entraram em suas veias e seguiam os caminhos dos vasos sanguíneos. Emilia começou a gritar de dor. As cordas agora perfuraram suas mãos, e subiam pelos braços, através de suas veias. As cordas pareciam queimar dentro dela, suas veias estavam queimando de dor.E ela continuava a tocar.
As cordas se encontraram no coração de Emilia e se tornaram vermelhas: sugavam seu sangue. Emilia gritava de dor. Algumas cordas subiram para o pescoço, passando pela jugular. Em seus olhos, via-se a sombra das cordas.
Emilia perdeu o brilho nos olhos. Seu corpo estava seco, ou melhor dizendo, totalmente drenado. Lentamente, as cordas voltavam para o piano. Algumas seguravam a mão de Emilia, e faziam-na tocar o resto da melodia. Quando a música acabou, as cordas soltaram suas mãos e voltaram para dentro do piano. Emilia caiu no chão, sua expressão de dor ainda era visível em seu rosto. Pouco a pouco, foi absorvida pela sala. As velas se apagaram, a tampa do piano fechou, e a sala voltou a ser a sala mal iluminada de sempre.
Nunca tirava folga, mas nesse dia, seu chefe a obrigou a descansar. Esse dia era um dia atípico. Como não tinha ninguém, resolveu passear. Chegando ao centro de Silverland, decidiu passar no Museu de História, onde normalmente passeava na época do colégio. Pela entrada principal, viu no hall, vários objetos expostos, tais como documentos que datavam antes da independência da cidade. Olhava-os com carinho, relembrando sua adolescência.
Emilia passeava pelas salas do museu, entrara na sala com "Objetos deixados pela monarquia no dia de nossa independência". Havia mesas, cadeiras e talheres reais, camas, até uma máquina de escrever que pertencera ao príncipe (infelizmente, esse morreu por infarto antes do dia mencionado). Havia quadros e mais quadros, muitos deles pintados pelos próprios monarcas. Ela seguia a fileira de quadros na parede, analisando um por um. Havia duas pinturas que chamaram sua atenção, intituladas de "A mão do diabo". Em uma, estava desenhada linhas saindo do chão de uma sala e, no final delas, havia uma mão. Na outra, o reflexo da mesma pintura. Observando as duas pinturas simultaneamente, observou que as mãos apontavam para algo entre os dois quadros. Olhou melhor, havia um corredor estreito entre as duas pinturas. Emilia olhou para os lados, ninguém a olhava, e decidiu entrar no corredor.
Caminhava apertada pelas paredes. Não havia mais quadros, o corredor era curvo e já não via a entrada mais. Continuou andando, até ver uma porta. Nela, estava escrito: "O mais valioso bem deixado pelos monarcas: o próprio diabo." Movida pela curiosidade, entrou.
A sala era mal iluminada. Andava tateando as paredes, até que algumas velas foram acesas, sozinhas. Emilia visualizou os castiçais de um metro, e entrou nesse 'corredor'. Ao fim, viu um piano. Começou a rir. "O próprio diabo?", pensou. Olhou bem o piano, lembrou-se de uma música que aprendera na adolescência, "A sinfonia do inferno".
Sentou-se no banco vermelho camurça, pousou suas mãos sobre as teclas e começou sua sombria melodia. Ficou tocando por um tempo. De repente, as demais velas acenderam, o fogo era intenso e alto. Emilia tentou se virar mas não conseguia tirar as mãos do piano. Lentamente, a tampa do piano foi tomando a posição vertical, e a moldura foi exposta. Nela, havia um homem de meia idade em uma cama, em um hospital. Seu estado parecia grave. Na sala, entrou uma enfermeira, segurando uma bandeja com uma seringa e um remédio. Ela, olhando aquele homem, tirou do bolso do jaleco um frasco pequeno, de cor âmbar. Encheu a seringa com seu conteúdo e injetou no soro do paciente. Passou-se alguns segundos, e o homem abriu os olhos. Sua expressão era de dor, agora, seu corpo se contorcia, e falava "meu corpo está queimando, queimando". Poucos minutos de agonia extrema, o homem fecha os olhos, sem nenhuma reação. Sua respiração parou, seu coração parou de bater. A enfermeira sorri maldosamente, esvasia o frasco contendo o remédio e, muda sua expressão: desesperada, vai chamar o doutor.
A cena muda: no mesmo hospital, em uma sala cheia de crianças, cada uma em uma cama, as enfermeiras davam os remédios para cada uma. Ela, responsável pela criança no fundo da sala, chegou quando todas as outras haviam deixado a sala. A criança era linda, seu rosto angelical, não devia ter mais do que 4 anos. Ela tirou do bolso do jaleco uma seringa, e injetou no braço da criança todo o remédio. O que aconteceu não é necessário explicar. A enfermeira sorri maleficamente, muda sua expressão para desespero e chama o médico.
Emilia tocava a melodia, sua respiração estava ofegante. Gritava: "quem está fazendo isso? Como conseguiu essas imagens? Não brinque comigo... eu te mato infeliz." A moldura desaparecera da tampa do piano. Ela começou a rir :"alguém está brincando comigo.. e eu não vou cair nessa". Continuou tocando. As cordas do piano, lentamente sairam, sem ela perceber. Deslizavam pelo chão, envolvendo as pernas dela. Então... as cordas perfuraram suas pernas, entraram em suas veias e seguiam os caminhos dos vasos sanguíneos. Emilia começou a gritar de dor. As cordas agora perfuraram suas mãos, e subiam pelos braços, através de suas veias. As cordas pareciam queimar dentro dela, suas veias estavam queimando de dor.E ela continuava a tocar.
As cordas se encontraram no coração de Emilia e se tornaram vermelhas: sugavam seu sangue. Emilia gritava de dor. Algumas cordas subiram para o pescoço, passando pela jugular. Em seus olhos, via-se a sombra das cordas.
Emilia perdeu o brilho nos olhos. Seu corpo estava seco, ou melhor dizendo, totalmente drenado. Lentamente, as cordas voltavam para o piano. Algumas seguravam a mão de Emilia, e faziam-na tocar o resto da melodia. Quando a música acabou, as cordas soltaram suas mãos e voltaram para dentro do piano. Emilia caiu no chão, sua expressão de dor ainda era visível em seu rosto. Pouco a pouco, foi absorvida pela sala. As velas se apagaram, a tampa do piano fechou, e a sala voltou a ser a sala mal iluminada de sempre.
Douglas Mateus
Muito criativo, gosteii mesmo =D Parabens!
ResponderExcluirhttp://www.kawaiianimehouse.blogspot.com/ ;*
Liindo! você combina bem as palavras, deixa-as leve. Otimo blog , sucesso :*
ResponderExcluirHey ... você conseguil entrar nos meu favoritos! Parabéns pelo blog
ResponderExcluirQue tal uma parceria? Aceitas?
Dê uma olhada
www.diariodasluas.blogspot.com
qualquer escolha >> diariodasluas@hotmail.com
Até
gostei bastante... PARABENS...
ResponderExcluirMe amarrei no post.
ResponderExcluirEstou seguindo tbm.
Abcs
Lindo!! Parabéns! Muito legal mesmo.
ResponderExcluirhttp://eapesardetudosorrir.blogspot.com/
cara.. vc escreve mt bem. queria ter um terço da sua imaginação ;P
ResponderExcluir2 parte ...gostei...vo ler a 1..para ficar por dentro da storia....muito bom...
ResponderExcluirEla era essa enfermeira maldosa?
ResponderExcluirAdorei, muuuuuito bom mesmo!
:)
Psicopatia rules.
ResponderExcluirnossa, parabens!! texto incrível, bem criativo e cativante. Faz lembrar o mesmo estilo de texto na época que eu escrevia bem...hoje, perdi totalmente minha inspiração.
ResponderExcluirse quiser, conheça meu blog http://artegrotesca.blogspot.com
Esse pianinho, hein!?
ResponderExcluirAi, ai, ai...de aterrorizar...
Sinceramente, chamou-me mais atenção o PartI.
abs,
Fernando Piovezam
seuanonimo.blogspot.com
voltei pra ler um pouco mais meu amigo...vc sumiu !
ResponderExcluirabraço
http://universovonserran.blogspot.com
poxa adorei parabens belissimo blog vou seguir
ResponderExcluirum abs que o senhor te abençoe.
Cara, te indiquei a 3 selos lá no meu blog! "Blog de Ouro", "Se Seu Blog Fosse Uma Música" e "Escritores Virtuais" são todos seus! Só não esquece de indicar mais uns 3 ou 4 blogs pra cada selo! =D
ResponderExcluirAbraço! ;)
belisimo texto!!!
ResponderExcluirEita piano doido...kkkk
ResponderExcluirvolto sim !
abraço
Adorei o "q" sobrenatural! Continuarei indo para o 1...
ResponderExcluirBjs,
Érika dos Anjos
http://www.oquartoelemento.com.br
Que jogabilidade de palavras! Esta com um ar fantasmagórico!
ResponderExcluirFantastico!
Parabéns!
O que é a realidade diante de tanta imaginação?
ResponderExcluirFantástica postagem!
Abração amigo.
Não havia lido esta parte... Adorei!
ResponderExcluirEu não sou muito boa em contos...
eles perdem a tensão
;P