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8.11.2014

Fase da vida: o ménage à trois

Eu costumava a me encontrar com elas. Éramos amigos, de vez em quando saíamos para tomar algo, trocar umas ideias, mas nada passava disso. Só um encontro casual para relaxar a mente. Devo dizer que era bacana, mas depois de um tempo não lembrava mais do que tínhamos conversado. Sei lá, acho que tenho perda de memória recente, como a Dory em 'Procurando Nemo'.

Enfim, eu gostava desses encontros, e acho que as duas também gostavam. Às vezes não nos encontrávamos por alguns dias, às vezes eram dois, três, quatro encontros em um só dia! É claro que nem sempre saía com as duas juntas, de vez em quando era uma ou outra. Não por minha opção, pois sempre gostei da companhia de ambas, mas por opção delas. Devo me corrigir, não era eu que saía com elas, mas o contrário. O convite sempre se deu por parte delas!

Mas aqueles inúmeros encontros nos agitavam, até que eu tive a ideia (e nem acredito que vou contar isso) de dar um passo à frente. Gostava das duas e queria usá-las, se me permitem usar esse termo. Ou será que estava disposto a ser usado? Bem, o negócio é que eu propus: um ménage à trois. E elas toparam logo de cara! Nem acreditei! Super empolgado, chamei-as ao meu lar, onde sempre relaxava, para podermos nos divertir. E que diversão! Horas produtivas, dando a devida atenção as duas. Nunca deixei de dar atenção mais a uma que a outra, este é o segredo senhores. Anotem!

Foi incrível, senti que nos aproximamos mais, e creio que sentiram o mesmo. Diversas vezes nos reuníamos e decidíamos aumentar o encontro em  meu recinto, ou nos encontrávamos lá mesmo, para fazer o bacanal. Fizemos isso durante um bom tempo. Até que... foi bom enquanto durou. Sim, repito: enquanto durou.

Não sei se fiz algo de errado ou que não gostaram. O sexo à três estava sendo substituído pelo famoso sexo de casal: ou vinha uma ou a outra, mas os encontros à três começaram a diminuir. Devo dizer que depois de um ménage, um sexo de casal não é tão empolgante ou produtivo... acabou sendo um problema para mim. E pouco a pouco, elas que eram tão quentes e sedentas começaram a se afastar... até que já não as via mais.

Essa fase da vida acabou, pois elas eram únicas. Com certeza não há outras iguais. Às vezes, eu tomava um vinho, acompanhado de uma bela música, para chamar a atenção na esperança de vê-las novamente, mas tudo em vão.

Agora sigo minha vida assim, sem a empolgação de antes. Meus dias não são tão produtivos ou prazerosos, por causa daquelas duas, que me largaram sem eu ao menos saber o motivo. Fazer o quê? Seguir... sem as duas. Meu relato acaba aqui, já que não tem mais nada de interessante.

Ah! Já ia me esquecendo e desculpem-me pela falta de educação de não apresentá-las. Seus nomes eram: criatividade e inspiração.