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9.22.2013

O garoto que queria pensar



Os olhos fechados,
ele ouvia,
quase enlouquecendo,
os barulhos ao seu redor.

A mãe lavava vasilha
O pai martelava
A água caía na pia
e espirrava na parede empoeirada

E ele ouvia, cada barulho
ele sentia, cada vibração
Cada onda sonora o incomodava
e o levava longe de sua imaginação

A folha caía da árvore
e causava um terremoto
O cachorro latia
e deixava destroços

E o lápis quebrou a ponta
Acabou rasgando o papel
Não aguentava tanto barulho
Sua mente era sensível a tudo

Queria escrever, queria se expressar
Mas nesse mundo barulhento
O perfeito caos sonoro
Só fazia o torturar

2 comentários:

  1. Olá!
    Douglas
    Tenso...
    ....não adianta, não tem como ter sossego. Para quem mora com você, o fato de estar em casa significa que é sua de folga...O risco é vacilarmos na sedução que essa relativização provoca e fazermos
    desse relativo um absoluto.O excesso de barulho e os atuais desafios que exigem respostas rápidas dificultam a nossa interiorização e até o nosso pensar. E o ruído incessante nos impede de encontrar a área de serenidade para escrever, expressar... E não é que usamos de forma errada. Em geral, simplesmente não usamos a mente. É ela que usa você...e o que mais assusta não é esse caos exterior, sonoro, é o silêncio dentro de si mesmo,
    essa sensação de que tudo vai cair ao chão,
    despencar de uma altura sem fim..
    Agradeço
    Abração

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  2. Douglas,
    muito bom!
    Você tem talento!

    Fiquei pensando nesse menino quando crescer... e tantos e tantos outros ruídos com que ele vai ter de conviver.

    Beijos e parabéns!

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