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10.05.2010

Profissionalismo - Parte Final

 

"Certa vez, no orfanato, conheci um menino. Ele visitava o lugar algumas vezes. Era o único que me entendia e prometeu que me tiraria dali. E cumpriu a promessa." - Cate deliciava-se com as palavras - "Devo confessar algo: cada um que morreu hoje teve um motivo."
Foi a minha vez de falar, na verdade, minha e de Danilo. Alternávamos a vez:
"John Petterson. Acusado de abusar da sobrinha, mas foi absolvido da acusação por falta de provas." - apontei para o gordo no chão.
"Joana Turker. Vendia drogas. Os usuários que não pagavam, ela mesma matava" - Danilo apontou para a loira com vestido vermelho, no chão.
"Tonsom Pets. Cafetão. As mulheres eram praticamente escravas. As que tentavam fugir, eram cruelmente mortas." - apontei para o gordo com terno vermelho e cabelo grisalho.
E continuamos as descrições, até a lista acabar.
"Então vocês são uma espécies de justiceiros?" - indagou Amanda.
"Não" - respondi, com um sorriso maléfico - "Somos assassinos. Apenas temos critérios para matar."
Cate voltou a falar:
"Aquela noite, você me tirou o que eu tinha de mais precioso. Minha mãe. Soube que ela morreu,  espancada, na prisão. Sabe, o seu motivo de morte é forte" - Cate encostou a faca na garganta de Amanda. - "Cresci observando você. Policial exemplar, coloca o dever acima de tudo. Engraçado o que o profissionalismo faz, não é? Se não fosse tão profissional aquela noite, talvez.... não interessa. " - Cate apertava a faca mais forte, sem cortar a garganta de Amanda.
Até que, olhou nos olhos da policial e abaixou a arma.
"Aquele dia, você estava fazendo seu trabalho, justa e honesta. Não é culpada do que aconteceu depois. Fique tranqüila. Você não encaixa no perfil de minhas vítimas. Matar você seria ferir meus princípios." - sorriu para a policial e saiu. Danilo havia aberto uma das passagens, e nós três saímos. Por incrível que pareça, ninguém nos perseguiu.
"Escolha sábia" - Danilo disse - "Uma verdadeira assassina, seguindo princípios verdadeiros. A vingança não faz parte de nossa lei. Isso que é profissionalismo"
"Não pense isso. Eu a matei. Amanda é uma policial que trabalha para o bem dos outros. Sabendo o que ela fez comigo... logo você vai entender"
Sorri para ela, sabia que essa seria sua escolha, mesmo que eu não concordasse. Nós três entramos no carro de Danilo e, antes de partir, ouvimos um disparo. A expressão de Cate parecia condená-la: estava feliz, mas a vingança a incomodava.
"Você fez essa escolha, Caterine. Terá que viver com o peso da conseqüencia o resto da vida. Não é a mesma coisa, não é? Matar um inocente não está nos nossos princípios. A vingança não faz parte de nossa lei. Somos assassinos, esse é o nosso trabalho. Essa é a nossa vida."
Apesar do suicídio, tenho certeza de que Amanda seria acolhida aos céus.

17 comentários:

  1. Adorei ler toda essa história super interessante e escrita de uma forma tão atraente e gostosa de ler.
    Um forte abraço.
    Me vista tb? Está atualizado!
    www.nicellealmeida.blogspot.com

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  2. legal a história, vc escreve bem

    visite-nos e comente tmbm... evite dar calotes e seja honesto sempre... gostando do nosso blog siga q t seguiremos tmbm

    http://mikaelmoraes.blogspot.com

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  3. Nossa! Eu não tenho tempo agora para ler as outras postagens, mas o final do texto me fez querer ler o começo. Parabéns, você é bom :)
    Abraços foooortes *--*

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  4. Pra variar, eu lesado, acabei lendo o último capítulo. Bah...
    Vou lá pro primeiro pra tentar entender alguma coisa.. ;) Back in 15

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  5. É, definitivamente, agora fez muito mais sentido toda essa história de matar gente pra lá e pra cá. Agora vamos aos comentários e observações.

    A história é boa, possui princípios morais, personagens com um "background" e um bom pano de fundo. Porém, eu senti falta de um pouco mais de riqueza de detalhes, algo que me prendesse mais ao texto (essa é a minha opinião, não a tome como própria! Cada um tem seu estilo).

    Por outro lado, achei o texto rápido e dinâmico, não enrolando muito para chegar ao final, dando a impressão que todos os 3 textos foram escritos na mesma hora, sendo divididos em 3 posts, posteriormente. O que ajudou bastante para manter a história linear.

    Agora uma dúvida: Essa história nasceu para ser em três capítulos ou houve a possibilidade de uma continuação?

    De resto, caro escritor, achei bem legal a história. E, como disse, tive várias ideias durante a leitura; ideias que poderiam se tornar histórias diversas ou até contos, se quiser, podemos conversar sobre isso.

    Forte Abraços e continue escrevendo SEMPRE!
    PS: Obrigado pelo comentário no blog. Só respondendo a pergunta, a história já foi praticamente escrita, o Prólogo e os 35 capítulos subsequentes foram escrito há 2 anos atrás, mas devido a diversas situações, acabei tendo que parar. Assim, devido ao lapso temporal, resolvi demonstrar através do post "O Escritor", o meu lado, como eu me sinto escrevendo a história. ;)

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  6. Olá...já comentei por aqui, mas nunca é demais dizer que vc escreve mto bem e que curto os seus textos =)
    Um forte abraço, meu amigo.
    www.nicellealmeida.blogspot.com

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  7. Você prende quem está lendo seus posts! bom demais.

    http://analisefc.blogspot.com/

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  8. Retribuindo a visita. Obrigado.
    Li a postagem e confesso que me assusta um pouco determinadas situações.
    Siga em frente e sucesso com o blog.

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  9. obrigado....gostei muito do ultimo texto


    brigado pela visita e volte sempre !
    http://universovonserran.blogspot.com

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  10. Olá
    Estou aqui só para avisar que por eu gostar de seu blog eu coloquei o link dele no meu. Não se importa né?

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  11. Gostei da análise da natureza humana intrínseca em seu trecho de conto...
    Muito bom!

    ;D

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  12. Gostei, Mateus. Vou ver as anteriores para entender melhor ;)

    []'s
    Victor Pagani
    blog.avoado.com

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  13. Magnifico. quando vai lançar o proxímo ?

    sucesso.

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  14. Gostei do final...
    Parece que explicou bem as sequÊncias....
    Adorei!

    ;D

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  15. Já comecei por aqui e um dia vou parar para ler o começo desta história, prometo!
    -
    Sobre o que você colocou no meu blog, eu entendo e RESPEITO MESMO a sua opinião.
    Deu pra perceber o que penso e só queria ressaltar que qualquer pessoa tem direito de crer no que quizer, entendo o que você disse, mas a igreja em países islamicos não pode se manifestar, em alguns países eles são mortos de maneira brutal, e isso TEM que acabar!
    O projeto que estamos contra é LEGALIZAÇÃO dessas mortes, e se for legalizado, eles nunca conhecerão JESUS, e eles PRECISAM conhece-lO, entende o que quis dizer?

    Obrigado por se expressar, gostei muito do teu comentário, to te seguindo, abraços!

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  16. Oi, Matt! Passei por aqui e li a primeira parte (não comentei), depois li a segunda (tbém não comentei), estava esperando o final.
    As tuas postagens me fazem pensar. À princípio parece uma coisa meio mórbida, mas aí a coisa vai engrenando e no final sempre tem alguma coisa, alguns valores, que fazem a gente refletir.
    Os teus textos mostram o lado obscuro da personalidade das pessoas, independente de elas terem um motivo prá isso ou não. Acho q isso torna tudo bem real, afinal quem de nós não tem o seu lado obscuro?
    Adoro teu estilo e adorei o post.
    Bjo.

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  17. Passa no meu blog... tem presentinhos prá ti.

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